Sejam todos bem-vindos !

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IASD Bairro Camaquã -Porto Alegre

segunda-feira, 28 de maio de 2007

NATUREZA HUMANA

Autora: IGÊ
Publicado no Jornal Conquista
Abril de 2007

Outro dia comprei um celular. Como de praxe, aproveitei aquelas oportunidades que você compra a perder de vista! É burrice... mas é uma cultura que reluto em desconsiderar, mas volta e meia me cedo a tentação.

Algum tempo passou e eu perdi o celular. Ou foi roubado. Não sei. Não vi. O fato é que o dito cujo sumiu!

Nada melhor do que bloqueá-lo. Evitar que alguém o use e eu tenha o ônus do pagamento. Feito.

Mas ainda tinha algo que fazia parte da burrice citada acima: como o celular era de conta, um tempo depois que havia solicitado o cancelamento do número, me apareceu um doc da operadora cobrando-me o valor dos meus minutos pela franquia escolhida.

Em nome da burrice, paguei. Mas questionei-me depois. Porque pagar por um serviço que não poderia usar?

Depois de muitas horas ao telefone ouvindo músicas e recados, um atendente... ( ou melhor..., mais de um! - porque você fala com vários!), me expôs o seguinte:

_”Em caso de perda ou roubo, nós podemos lhe oferecer um chip, mantendo o mesmo número.”

Tive que que achar graça. Aonde é que ele queria que eu colocasse o chip, uma vez que eu estava justamente explicando-lhe que havia sido subtraída de meu aparelho?

Então ela me ofereceu outro aparelho por um precinho “módico”!

Disse -lhe que não estava nos meus planos mais um gasto. Já bastaria ter que pagar pelo que ainda não havia terminado, que eram as parcelas do aparelho. Pedi-lhe então que cancelasse a minha franquia. E de resposta obtive uma delicada declaração de que eu teria que pagar uma multa por conta do contrato de fidelidade, pois faltariam 6 meses para concluí-lo.

Fiquei pasma! Estava sendo condenada a pagar por algo que eu não estaria utilizando e que nem estaria acarretando prejuízo para a operadora. Apenas a mesma iria receber 6 meses de um valor a mais sem lhe ser utilizado um serviço sequer!

Queria resolver por ali mesmo. Fui no Balcão de atendimento da Brasil Telecom, no Shopping. Queridas as meninas e os meninos do atendimento, né? Parece que são contratados pela beleza e simpatia que irradiam! Mas na hora de negociar... é um parto! Minto...nem parto é . Pois de um parto nasce uma criança. E das negociações, não se gera nada. São extremamente obedientes e fiéis! Essas empresas devem sentir-se gratificadas com isso!

O problema não está na fidelidade. E sim no certo ou errado. Essas empresas usam as cabecinhas de pessoas ignorantes, na acepção literal da palavra que quer dizer : “falta de conhecimento”, e incutem nelas verdades, que eles os levam a crer serem certas e justas.

Meu filho trabalhou numa dessas empresas de lojas de departamentos, e não suportou compactuar com a falsidade e engôdo que usam para vender e fazer os outros comprarem cartões ou aceitarem deduzir seguros muitas das vezes sem nem saber o que estão pagando! E na hora de reclamar... é outro parto... sem criança!

É como você reclamar de juros em banco. Você faz e refaz a conta em casa e dá tudo certinho. Você chega no banco para reclamar, eles lhe provam por a+b que o que estão lhe cobrando é certo. E para completar, usam a justificativa de que matemática financeira é diferente! Sou do antigamente. Para mim 2+2 nunca será relativo. O resultado será sempre 4!

Bem..., dentro do correto procurei meus direitos. Fui ao Juizado de Pequenas Causas. Uma semana depois, estava frente a um representante da Brasil Telecom. Ele concordou comigo que o plano de fidelidade é como a venda casada: é ilegal. Entretanto, se você não aceitar e assinar o contrato, você não compra o seu celular! As empresas de telefonia todas agem deste mesmo modo.

Apenas olhei para o mediador ao meu lado e comentei: “Porque a lei faz com que tenhamos que perder tempo para exigir o que nos é de direito, uma vez que as próprias empresas que agem dessa forma escusa a reconhecem?” Ela apenas me olhou e sorriu.

Acho que isso é uma forma de todos ganharem, menos o povo. Afinal, se as pessoas não fossem reclamar, o próprio juizado não teria necessidade de existir. Mas assim, o povo, saíria perdendo. Se o povo não reclama, as Empresas embolsam. Neste caso, opto por pagar aos magistrados!

Quanto ao meu caso, obviamente que foi cancelada todo e qualquer ônus referente ao meu número perdido. Só me restando o pagamento do aparelho em si, que é justo e em nenhum momento questionei-o.

Isso fez-me lembrar de uma história que ouvi sobre uma viagem de dois homens pelo interior. Ambos estavam tentando achar a culpa para os problemas de hoje. Essas coisas de tantos quererem levar vantagem sobre outros tantos. Um deles dizia que era a moral, o outro que era a cultura. Afinal, o interior é tão pacato. As pessoas são tão humildes!

Pararam então, no meio da estrada para comprar batatas. A balança utilizada só pesava até até meio quilo. Ambos notaram que a mulher fazia ir e vir sempre duas batatas juntas as outras, sob suas mãos. Ou seja, eles pagaram mais do que levaram. Os dois homens se olharam, pagaram a conta mais por pena e na rua comentaram.”Realmente, não é a cultura. É uma questão moral!”

A diferença é que quanto menos cultura você tem, mais grosseira é a forma que você utiliza para realizar a sua enganação. Mas quanto mais cultura, você fica mais sofisticado, mais detalhista, mais perverso.

É.. tudo isso e muito mais, fazem parte de nós. É a nossa natureza sermos assim. O problema é termos consciência disso para poder realmente mudar o nosso comportamento. E com certeza, falhos como somos, não o podemos fazer sozinhos .

Que tal incluir um pouco mais de oração em nossas vidas? Para todos os cristãos,sejam eles católicos ou evangélicos... estamos vivendo um momento de espera. Espera que tem no Espirito Santo, a porta da Graça ainda aberta.

Por pior que possa pareça a nossa caminhada, acredite em Deus, em Jesus Cristo, pois que para nós, a espera de sua vinda é o início de sua promessa concretizada na vida Eterna!

E que hoje, vivenciando os momento das festividades pascais, nos reportemos à Cristo, pela sua humildade, e amor infinito pela humanidade, quando na cruz se entregou pagando com seu sangue os nossos pecados!

Desejo à todos uma Páscoa reflexiva, com o cuidado de não ofuscar o personagem central desta festa: Jesus Cristo!


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