Eu estava sentada num banquinho no pátio do condomínio onde moro, aliviando as flores de seus raminhos e folhas murchas. De repente, a porta ao lado do meu apartamento se abriu e de lá saiu um homem. - Oi, você me assustou! - disse eu. - Ele riu e observou como o ar estava enfumaçado. - Sim, - concordei - o noticiário acaba de informar que as queimadas começaram de novo.
Conversamos um pouco e ele comentou o que tinha ouvido a respeito das queimadas. Enquanto conversávamos, tentei lembrar-me de onde o havia visto antes. Minha curiosidade aumentou até que finalmente admiti: - Não o reconheço.
Ele riu de novo e, com um gesto da mão na direção da porta do apartamento ao lado do meu, respondeu: - Eu sou o filho dela.
- Ah, Ron - disse eu, lembrando que a mãe dele falava freqüentemente no filho. - Tenho visto você entrar e sair. Como vai sua mãe?
Ron então explicou que ele e sua mãe estavam trocando de carro. O carro dela, um modelo comparativamente novo, havia sofrido uns arranhões na tentativa dela de estacionar na garagem embaixo. Em vez de estragá-lo, ela decidira que preferia dirigir o carro mais velho do filho. Depois de um pouco mais de conversa, ele entrou no carro da sua mãe e partiu.
Mais tarde, quando entrei na minha casa para um descanso, entendi o que acontecera. Num curto período de tempo, eu havia conhecido alguém novo e tocado a vida de outra pessoa por um momento, assim como a minha também fora tocada pela rápida conversa que tivemos. Percebi que é para isso que estamos aqui, e tantas vezes nem sequer damos importância a esses contatos momentâneos. Cada palavra, cada sorriso, cada instante de risada, toca alguém e aciona uma reação para o bem ou para o mal. Deus também está presente nas pequenas coisas. Espero me lembrar sempre disso.
As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na Tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu! Salmo 19:14.
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